Abnormal Growth of the Amygdala in Infants Tied to Autism

Crescimento anormal da amígdala em crianças (relacionadas) com Autismo

Este artigo, publicado em 25/03/2022 na American Journal of Psychiatry, apresenta uma pesquisa longitudinal com um “N” de 408 crianças com coleta de dados aos 6, 12 e 24 meses (1.099 imagens). Estudo realizado pelo professor assistente de psiquiatria e neurociência da Universidade da Carolina do Norte, Mark Shen e colaboradores. Fizeram parte de estudo, entre grupo de estudo e grupos controle, crianças que desenvolveram espectro autista, crianças com síndrome X-frágil e crianças saudáveis.

As amígdalas são estruturas fundamentais na organização, desenvolvimento e manutenção da relação do sujeito com o meio ambiente, ou o “entorno”, apropriando-se de um conceito do Psicanalista e Psiquiatra José Bleger, apresentado em sua obra “A Psicologia da Conduta”. A amígdala desempenha importante papel no processamento, pelo menos em parte, de fenômenos como memória, emoções e tomadas de decisão.

O fato de que indivíduos autistas tem amígdalas cerebrais maiores que a população em geral, já era conhecida da ciência. O ineditismo deste trabalho foi o fato de que os autores apresentaram evidências de que a taxa de crescimento das amígdalas em crianças autistas é significativamente maior no primeiro ano de vida, do que em crianças que não desenvolveram autismo.

Outras condições clínicas, como a depressão e a ansiedade também podem se relacionar com o aumento do volume das amígdalas, apontando para a possibilidade de uma maior reatividade aos estímulos provenientes do ambiente em pacientes com estas condições.

Enfim, qual é a importância deste trabalho?

A importância reside na possibilidade de que os autores tenham nos apresentado um marcador perceptível ao exame de imagem, aplicável à clínica neurológica e pediátrica, que apontem uma taxa de crescimento acelerada das amígdalas, dando maior consistência para o diagnóstico de espectro autista já no primeiro ano de vida. Talvez este achado se desdobre em intervenções mais precoces, para antes do primeiro ano de vida, que poderão ser aplicadas em crianças com suspeitas de autismo.

Paulo de Mello
Coordenador do GEPECH

 

 

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