Inventários para predição de suicídio realmente funcionam?

Tradução:

Dr. Paulo de Mello
Coordenador do GEPECH – Grupo de Estudos e Pesquisa em Comportamento Humano (CEMCO/UNIFESP)

Modelos de previsão que usam algoritmos em fontes de dados de larga escala têm o potencial de melhorar a identificação de pacientes com alto risco de suicídio, mas são úteis?  

Para responder a essa pergunta, uma equipe de pesquisadores da Agência de Defesa da Saúde de Maryland realizou uma revisão sistemática de 17 estudos de coorte que avaliaram o uso desses modelos de previsão em cinco países e em mais de 14 milhões de participantes. 

Seu objetivo era avaliar a acurácia diagnóstica desses modelos na previsão de tentativas de suicídio e suicídio e simular os efeitos da implementação de modelos de previsão de suicídio usando estimativas em nível populacional das taxas de suicídio. Eles descobriram que, embora a qualidade da pesquisa dos estudos incluídos fosse geralmente alta e a acurácia da classificação fosse boa (≥ 0,80 na maioria dos modelos), a validade preditiva associada a um resultado positivo para a mortalidade por suicídio era extremamente baixa (≤ 0,01 na maioria dos modelos), foram simulações dos resultados através de uma variedade de características de avaliação da população.

Este importante estudo serve como um marcador de base útil da incapacidade dos sistemas de dados clínicos históricos de serem usados ​​para ajudar a prever o suicídio, um evento relativamente raro em comparação com o número de participantes nesses estudos. Vários novos modelos de previsão de suicídio estão atualmente sendo desenvolvidos para uso em todos os sistemas de saúde pelo Departamento de Defesa dos EUA, Departamento de Assuntos de Veteranos dos EUA e Kaiser Permanent. Sabemos agora que esses estudos importantes são possíveis do ponto de vista metodológico e que a classificação do suicídio é bastante precisa. O que os pesquisadores atuais têm que focar é em melhorar a validade preditiva dos inúmeros fatores que contribuem para o suicídio, de modo que os registros eletrônicos de saúde que a maioria de nós usa possam realmente agregar valor à nossa prática clínica.  

Fonte: Texto publicado Este é o Medscape Psychiatry Minute. Eu sou o Dr. Peter Yellowlees

Tradução:

Dr. Paulo de Mello
Médico Neurologista Clínico pela Escola Paulista de Medicina – UNIFESP
Especialista em Medicina Comportamental pela UNIFESP
Psicanalista neo-kleiniano e Mestre em Psicologia da Saúde pela UMESP
Coordenador do GEPECH – Grupo de Estudos e Pesquisa em Comportamento Humano (CEMCO/UNIFESP)

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